terça-feira, 28 de março de 2017

Textículos

“Mulher põe roupa de homem e ninguém liga.
  Mas se um homem põe uma sandália, uma saia, é gay. 
  O crossdressing não é considerado “normal” na sociedade."  




Crossdressing não é fetiche 


Segundo a psicanalista Eliane Kogut, cujo tema da tese de doutorado foi o crossdressing masculino, ele é um distúrbio principalmente do ponto de vista psicologico. 
Ela não conheceu, durante toda a pesquisa, um crossdresser que fosse homossexual,uma parte dos CDs é bissexual e outra é heterossexual.  


Quanto ao erotismo, que é aquilo que provoca e mantém a excitação, eles não se enquadram em nenhuma dessas opções. Para um homem homossexual, por exemplo, o objeto de desejo é outro homem. Para o heterossexual, é o sexo oposto. Mas, para os CDs, apesar de terem relações com os dois gêneros, o erotismo não está voltado para a outra pessoa, e sim para a própria figura feminina que eles constroem.

Essa figura não é uma personagem, porque não se trata de uma atuação. “São eles próprios”, diz Eliane. E também não é apenas um fetiche porque, no caso dos fetichistas, a relação com o vestuário feminino não está associada ao transtorno de gênero. É apenas um desvio do objeto de desejo sexual para peças específicas, como calcinhas ou sapatos de salto alto. “Esses que têm apenas o fetiche de botar uma calcinha e aparecer no Orkut ou numa webcam não são CDs de verdade”, explica Vanessa.

A grande diferença, de acordo com Eliane, é que os CDs têm alguns componentes femininos na personalidade. Mas a mulher que eles acreditam ser é criada do ponto de vista masculino, a partir do que eles acham que a mulher é e pensa. “As mulheres não sentem prazer em balançar os cabelos, com o ‘toc toc’ dos tamancos, ou em vestir uma meia calça, por exemplo. Mas, para eles, o prazer de ser mulher é vestir a roupa e balançar os cabelos”, exemplifica a psicanalista.









Se a sua calcinha sumiu, sua frente-única apareceu no cesto de roupa suja e sua maquiagem não dura nada, não vá logo culpando a sua filha ou a empregada. O "sócio" talvez seja o seu marido. Por aí, tem muito homem que de dia, de terno e gravata, é João. E, à noite, sobe no salto só para virar Maria.
Se isso a tranquiliza, o marido em questão pode continuar gostando - e muito - de mulher. Talvez ele seja apenas um "crossdresser", um homem que sofre compulsão por vestir-se como uma garota. Como já cantava Pepeu Gomes, eles juram que ser um homem feminino não fere o lado masculino.
- Às vezes começa com a calcinha, depois a sandália. Quando você vê, é um crossdresser. Tenho esse lado feminino e vivo esse momento como mulher - diz Patrícia Din, de 54 anos, Um empresário que, no dia-a-dia, esconde as unhas pintadas dentro de sapatos fechados, mas é louco por sandália de salto.
O verdadeiro nome ele não revela em hipótese alguma. Patrícia foi "casado" duas vezes. O primeiro casamento durou 21 anos. O segundo, dois.
- Agora, estou solteiro. O que cair na rede é peixe - diz, alertando que esse peixe tem que ser sereia. Porque ele é macho, sim senhor!

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