Grau Hut
A cria mais conhecida da Quality Comics é o Homem Borracha, super- herói com capacidades de alongar o corpo e um senso de humor bem... próprio, e que já foi inclusive parte do time titular do supergrupo mais famoso da DC Comics, a Liga da Justiça. Apesar de suas excentricidades (em especial um dos uniformes mais ridículos já vestidos por um superherói) o Homem Borracha passa longe de ser o personagem mais inusitado da Quality. Acredito eu que o troféu vai para Madame Fatal.
Por que? Bom, apesar do nome dar a entender que se trata de uma superheróina estilo Elektra ou Viúva Negra, Madame Fatal na verdade é um homem. Ele apenas se veste e atua como uma superheroína.
É melhor explicar desde o começo... Madame Fatal originalmente é Richard Stanton, um talentoso ator de meia idade e viúvo, que ganhou uma fortuna no mercado de ações. Além de seu talento interpretativo Richard também possui um intelecto notável e o preparo físico de um atleta, graças aos exercícios rotineiros que fazia para interpretar diferentes papéis.
Avida como herói, digo heróina, quer dizer... enfim... a vida heróica de Richard Stanton começa quando sua filha é sequestrada por um gangster, John Carver. A prióri parece que o motivo do rapto é financeiro, para extorquir uma grana do endinheirado ator, mas depois é revelado que a causa é mais profunda... vingança, pois Richard Stanton casou-se com a mulher que John Carver amava.
Utilizando-se de seus dotes artísticos, Richard Stanton passa a investigar o sequestro de sua filha disfarçado de uma simpática senhora idosa, adotando a alcunha de Madame Fatal, por vezes também chamado Madam Fatal.
Sim, é sério. O cara não só se veste de mulher quanto escolhe se disfarçar de uma já idosa de bengala- aliás a principal arma usada por madame Fatal em lutas. a coisa só piora...
Detetive competente e exímio combatente na arte do cane fighting (estilo de luta onde se usa bengalas, ou bastões do tamanho de uma, como arma) Richard passa a combater o crime visando conseguir resgatar sua filha um dia, tendo como um dos seus assistentes um papagaio chamado Hamlet que recita Shakespeare. Sim, é sério. O cara combate o crime travestido de mulher pegando numa bengala e ajudado por um papagaio literato.
Ele... quer dizer, ela... não, espera, quer dizer... bem, Madame Fatal depois de muita investigação, atuação e briga consegue chegar até John Carver, apenas para descobrir que o gangster não estava mais com sua filha, tendo passado a refém para outro vilão. Madame fatal decide continuar sua luta até ter sua filha de volta, volta e meia tropeçando em vilões como o Jester ("bufão" ou "bobo da corte" em tradução livre) ou a Tiger Woman (Mulher Tigre, em tradução livre).
Comprado no pacote da Quality pela DC Comics, Madame Fatal caiu no esquecimento, aparecendo apenas em algumas poucas participações especiais (como em um único quadro da série não- canônica "Elseworlds") e na continuidade atual é considerado falecido, segundo um comentário do Pantera, membro da Sociedade da Justiça, durante o funeral do primeiro Sandman (Wesley Dodds), onde ele afirma que ninguém compareceu ao enterro de Madame Fatal exceto o elenco da peça teatral "A Gaiola das Loucas".
Foi entretanto em uma história recente da DC que finalmente Madame Fatal consegue resgatar sua filha. A história foi publicada na revista "The Shade" # 4 e, apesar da revista ser de 2012, a história passa-se no ano de 1944, reafirmando a ideia de que Madame Fatal já está morto(a) no momento atual da continuidade DC.
É interessante notar que apesar da escolha incomum de sua persona heróica, Richard Stanton/ Madame fatal é um personagem hetero, e só se veste de mulher durante suas missões e buscas como combatente do crime. O disfarce de velha senhora escolhido inclusive mostrou-se útil em muitas vezes para infiltração, espionagem ou pegar vilões de surpresa na hora de combate. Quem suspeitaria de uma vovó simpática com cara de que cozinha biscoitos para os netinhos, afinal?
Não deixa, mesmo assim, de ser um tanto... exótico.
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