Conheça Ladybeard, o barbudo australiano travestido que está tomando o Japão como tempestade
Se o Japão não existisse, certamente teria que ser inventado. Se você conhece as tendências e cena japonesa, quando pensa em "kawaii" e "J-pop" a primeira imagem que vem à sua cabeça não é, provavelmente, a de um homem forte, caucasiano, barbudo, com rabo de cavalo e vestindo roupas minúsculas de mulheres. Pois foi exatamente isso o que fez de "Ladybeard" uma das figuras mais populares e originais recentemente no Japão.
Se o Japão não existisse, certamente teria que ser inventado. Se você conhece as tendências e cena japonesa, quando pensa em "kawaii" e "J-pop" a primeira imagem que vem à sua cabeça não é, provavelmente, a de um homem forte, caucasiano, barbudo, com rabo de cavalo e vestindo roupas minúsculas de mulheres. Pois foi exatamente isso o que fez de "Ladybeard" uma das figuras mais populares e originais recentemente no Japão.
Richard Magarey nasceu em Adelaide, na Austrália, mas mudou-se para Hong Kong em 2006 para tentar uma carreira de dublê de artes marciais. A única área em que ele teve destaque na escola foi na arte da representação e como também praticava artes marciais, decidiu seguir uma carreira como dublê de ator de filmes de ação.
Ele trabalhou como "Mirrorball Man" por um tempo, um personagem que exigia que ele ficasse dançando dentro de uma bola espelhada gigante em clubes noturnos. Por mais estranho que possa parecer, Richard afirma que este show mudou sua noção do que poderia ser um desempenho artístico.
Mas o artista australiano descobriu exatamente o que o destino tinha reservado para ele quando se envolveu com o wrestling e adotou um personagem verdadeiramente bizarro. Depois de treinar em uma academia de wrestling por mais de dois meses, Richard apareceu para sua primeira luta usando um micro-vestido de Lolita, com o cabelo amarrado em dois rabos de cavalo infantis e com uma cerrada e descuidada barba. Ele lembra de estar sentado nos bastidores e pensando com ele mesmo:
- "PQP, o que eu estou fazendo? Estou usando um vestido e prestes a ir lutar na frente de um monte de gente dessa forma ridícula. O que há de errado comigo? Por que tomei esta decisão? Que merda!". Mas ele finalmente acabou subindo no ringue e todos amaram. Ladybeard nasceu naquela noite e o resto, como dizem, é história.
Ladybeard tornou-se uma sensação da noite para o dia, e começou a se apresentar covers de heavy metal de canções pop cantonês em seu louco traje. Foi um grande momento para ele, mas as coisas estavam prestes a ficar ainda melhores. Durante suas apresentações, as pessoas iam até Richard e diziam:
- "Isso foi muito louco cara, você devia ir para o Japão, porque os japoneses vão adorar isso". Ele ouviu tantos mesmos conselhos que decidiu fazer uma turnê pelo Japão. Seus fãs de Hong Kong não mentiam, o Japão caiu de amor por ele quase que instantaneamente.
- "Isso foi muito louco cara, você devia ir para o Japão, porque os japoneses vão adorar isso". Ele ouviu tantos mesmos conselhos que decidiu fazer uma turnê pelo Japão. Seus fãs de Hong Kong não mentiam, o Japão caiu de amor por ele quase que instantaneamente.
O artista barbudo credita a sua empresária Naoko Tachibana, uma fotógrafa de travestis no Japão, por grande parte do seu sucesso na Terra do Sol Nascente
- "Ela manja desse negócio de travestis, tem um guarda-roupa cheio de roupas realmente kawaii em tamanhos grandes para homens, que foi realmente muito conveniente para mim", disse Ladybeard. - "Esse foi o grande problema em Hong Kong. Eu queria usar todas essas coisas fofas, mas eu não podia usá-las! Ficavam todas apertadas porque eram feitas para pequenas meninas chinesas, e eu não tinha o dinheiro para mandar fazer sob medida. Quando eu conheci Naoko, de repente, ela abriu um mundo totalmente novo, porque ela manja os segredos de cabelo, maquiagem e estilo para apelar a um público japonês, porque ela é japonesa, Muito show!"
Naoko começou a tirar fotos dele vestido em trajes kawaii e fazendo poses femininas, e postou no Twitter. Tudo decolou realmente rápido, e antes que percebesse, gravuras Ladybeard estavam vendendo aos milhares. Ele começou fazendo covers de metal de canções populares J-pop, e viajou por todas as principais cidades japonesas, construindo uma base forte de fãs.
Ladybeard diz que a maioria de seus fãs são meninas japonesas entre 18 e vinte e poucos anos, mas ele também tem um monte de fãs crianças, e até mesmo algumas pessoas mais idosas que parecem adorar assistir seus shows. Na China, ele acredita que seus fãs são 50% do sexo masculino e 50% do sexo feminino, enquanto no Ocidente, bem, eles estão apenas começando a conhecer Ladybeard, então ele não está muito certo.
Recentemente, Ladybeard se envolveu em um projeto totalmente novo: uma banda chamada Ladybaby, composta por ele e duas meninas kawaii adolescentes, Rie Kaneko, de 17, Rei Kuromiya, de 14. Combinando J-pop e metal pesado, o novo grupo já está sendo descrito como uma lufada de ar fresco na cena musical do Japão. Eles acabaram de lançar seu primeiro single "Nippon Manju", há duas semanas, e já tem mais de 5 milhões de visualizações no YouTube. Um início encorajador, mas Ladybeard pensa que vai fazer ainda melhor no futuro.
O nome do grupo soa como uma ironia, já que ladybabe é uma gíria bem específica do inglês para se referir à garota ideal: atraente, em forma, engraçada, viajada, inteligente e culta.
O nome do grupo soa como uma ironia, já que ladybabe é uma gíria bem específica do inglês para se referir à garota ideal: atraente, em forma, engraçada, viajada, inteligente e culta.
Se analisarmos bem, a fusão de heavy metal e pop japonês não é lá tão improvável. Ambos têm bandas com integrantes extremamente caricatos e por vezes maquiados, sobretudo no caso do glam metal. Além disso, é muito comum que fãs de música japonesa e otakus coincidentemente sejam também fãs de metal, o que explicaria a demanda.
Para manter seu físico malhado, Ladybeard frequenta a academia todos os dias, fazendo levantamento e exercícios de cardio, e pese que seus projetos musicais e de dança ocupem a maior parte de seu tempo, ele ainda luta.
No entanto, ele nunca sai de seu personagem principal "garotinha-de-cinco-anos", poorque, segundo ele, "É lá que está a minha vida!".
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